A atividade não só combate o acúmulo de proteínas nocivas, mas também melhora a comunicação neural e reduz a inflamação cerebral.
Pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade Federal de São Paulo descobriram que exercícios aeróbicos regulares podem ser uma forma eficaz de proteção contra o Alzheimer. O estudo revela que a atividade física impacta múltiplas vias biológicas envolvidas na progressão da doença, tornando-se uma alternativa promissora para a prevenção da neurodegeneração.
Como o exercício pode proteger o cérebro?
O Alzheimer é caracterizado pelo acúmulo de proteínas nocivas no cérebro, como os emaranhados tau e as placas amiloides. A pesquisa, publicada na revista Brain Research, demonstrou que a prática de exercícios aeróbicos não apenas reduz esses acúmulos, mas também melhora a saúde das células cerebrais e diminui a inflamação neural.
Os testes foram realizados em ratos idosos submetidos a um programa de exercícios aeróbicos por oito semanas. O estudo focou no hipocampo, uma região importante para a memória e o aprendizado, frequentemente afetada pelo Alzheimer.
- Redução de 63% nos emaranhados tau;
- Diminuição de 76% nas placas amiloides;
- Aumento de 2,5 vezes no número de neurônios saudáveis;
- Redução da inflamação cerebral entre 55% e 68%;
- Dobro de oligodendrócitos saudáveis, células essenciais para a comunicação entre neurônios.
Benefícios além da prevenção
Além de atuar na prevenção da doença, os pesquisadores sugerem que o exercício pode modificar a progressão do Alzheimer, mesmo após o início dos sintomas. A prática regular ajuda a otimizar a função das células imunológicas do cérebro, como a microglia, responsável pela limpeza de detritos e regulação da inflamação. O exercício reduz a ativação inflamatória dessas células, criando um ambiente mais saudável no cérebro.
Por Silvia Melo








































