O Governo Federal estuda acabar com a obrigatoriedade das autoescolas no processo de habilitação. A proposta, que está em consulta pública, promete reduzir custos e dar liberdade ao cidadão para escolher como aprender. No entanto, diante da realidade do trânsito brasileiro, a medida levanta sérias preocupações.
O Brasil está entre os países com os maiores índices de acidentes de trânsito do mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, milhares de vidas são perdidas todos os anos, muitas delas ligadas à imprudência e à falta de preparo ao volante. Nesse cenário, abrir mão de uma formação estruturada pode significar colocar ainda mais motoristas inseguros nas ruas.
Sem aulas práticas obrigatórias, o risco é que candidatos cheguem ao exame sem preparo suficiente e, mesmo que reprovados, a pressão sobre os Detrans será enorme. O resultado pode ser mais motoristas mal formados, mais acidentes e mais tragédias.
A ideia de baratear o acesso à CNH é válida, pois o custo atual é um obstáculo real. Mas qualquer mudança precisa ser acompanhada de critérios mínimos de segurança. Do contrário, a economia inicial pode sair muito mais cara em vidas perdidas e impactos no sistema de saúde.
A consulta pública está aberta, mas o debate precisa ser sério: a pressa em reduzir custos não pode atropelar a prioridade que deveria ser de todos salvar vidas no trânsito.

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