O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, tornou-se uma das datas mais importantes do calendário brasileiro. Mais do que uma comemoração, o dia funciona como um marco de reflexão sobre o racismo, a história do povo negro e as desigualdades ainda presentes no país. Mas como essa data começou e por que ela é tão significativa?
A origem da data está diretamente ligada à figura de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra à escravidão. Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, e, séculos depois, o movimento negro brasileiro passou a reivindicar essa data como forma de valorizar a luta e o protagonismo de pessoas negras, algo historicamente apagado nos registros oficiais.
O movimento ganhou força especialmente a partir da década de 1970, quando grupos como o Movimento Negro Unificado (MNU) começaram a promover atos públicos e debates sobre racismo estrutural. Para essas organizações, celebrar a Consciência Negra em 20 de novembro era uma maneira de confrontar a narrativa de “harmonia racial” que marcou parte da história do Brasil e de reafirmar a importância da resistência.
A data passou a ser reconhecida oficialmente por diversos estados e municípios ao longo das décadas seguintes. O passo mais importante ocorreu com a Lei 12.519, sancionada em 2011, que instituiu o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Em 2023, o dia tornou-se feriado nacional, reforçando seu caráter histórico e político.
Hoje, a data é marcada por debates, manifestações culturais, homenagens e ações educativas. Escolas, universidades, instituições públicas e movimentos sociais promovem atividades que vão desde rodas de conversa a apresentações artísticas, reforçando a importância da luta antirracista.
Mais de três séculos depois da morte de Zumbi, o Dia da Consciência Negra segue lembrando ao Brasil que a luta por igualdade racial é um desafio permanente, e que a história do país só pode ser compreendida verdadeiramente quando reconhece a contribuição e a resistência do povo negro.
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